Cuidar de nós mesmas

Esta é uma regra mesmo muito importante e da qual nos esquecemos com facilidade.

A eterna tirada "se eu não tomar conta de mim, quem tomará?" (creio que a original é "se eu não gostar de mim, quem gostará?") é bastante certeira e há uma razão de ser para isso.

Por vezes, é necessário parar um pouco e abrandar o ritmo, sob pena de se ser engolido pelo stress diário e pelas preocupações constantes, ou até mesmo pelo "tédio" da vida rotineira.

Temos que ser capazes de encontrar momentos para estar, só estar, calmos e serenos.

Até ter sido mãe sempre consegui arranjar espaço e tempo para fazer isto, para estar comigo mesma, para me ocupar de mim, para fazer uma espécie de "stress-off".

Apesar de ser uma pessoa bastante extrovertida e social, também aprecio (e preciso) bastante estar sozinha.
Necessito ouvir-me a mim mesma, para organizar pensamentos, sentimentos e emoções. Preciso de assentar os pés na terra, as ideias na cabeça e as emoções no coração, para ganhar ânimo, fôlego e coragem para seguir em frente.



Sempre tive o hábito de caminhar na praia, pela manhã, sempre com os pés descalços, para sentir a areia e a água fresca do mar da Costa Vicentina, na minha praia de eleição desde que me conheço por gente.

Gostava de chegar bem cedo, antes de todos chegarem à praia e começar o reboliço comum de guarda-sóis, toalhas e demais parafernália de malta veraneante, apenas com as gaivotas por companhia.

Este exercício de "ligação à terra" (como sempre lhe chamei) sempre me permitiu respirar, sentir pulso a mim mesma e ouvir-me. Principalmente sempre me permitiu abrir os olhos e ver o mundo com mais luz e nitidez.

Infelizmente as exigências da maternidade fizeram com que esses momentos se tornassem cada vez mais escassos, dada a minha logística familiar complicada, já que não tenho qualquer sistema de apoio (leia-se "avós").

O que faz com que os poucos momentos em que consigo fazer isso sejam como água do oásis no meio da travessia no deserto!

O facto é que continuo a precisar desses momentos, para manter alguma réstia de sanidade mental... algo que se tornou ainda mais imperativo após o nascimento do meu segundo filho, que tem sido uma fonte de desafios constantes.

Além de me ter dedicado ao crochet e ao tricot (que foram a minha salvação em momentos mesmo muito críticos), mais recentemente aderi à meditação.

Já tinha tentado fazê-lo em outras ocasiões, sem sucesso. Pelos vistos tenho uma mente-macaco-louco muito acentuada!

Mas recentemente decidi tentar novamente. E consegui acalmar a minha mente saltitante.
Essencialmente concentrei-me apenas e só no ritmo da minha respiração.
Ter recorrido a um vídeo de meditação guiada no Youtube também ajudou a que conseguisse concentrar-me melhor.

O efeito foi praticamente imediato!
Na manhã do dia seguinte senti uma serenidade fora do comum.
Apesar da correria habitual para acordar e despachar os miúdos, levá-los à escola e conseguir chegar a horas ao trabalho, senti uma paz fora do comum. Não houve gritos nem irritações, não me senti stressada com o trânsito a caminho do trabalho e a calma que senti durante aqueles momentos, habitualmente marcados por angústia e nervos, foi uma agradável surpresa!

Por isso, adoptei esta prática, dia sim dia não, ao final da noite. O ideal era ser logo de manhã, antes dos miúdos acordarem, mas eu gosto demasiado do sono da manhã.

Os seus efeitos têm-se notado de forma bastante evidente.

São 15 minutos de prática diária que fazem toda a diferença na minha forma de estar durante o dia.

Estes 15 minutos são bem empregues e fazem-me ganhar em termos de bem-estar.

E vós, têm o hábito de meditar? Ou têm outros truques para cuidar de vós?



6 comentários:

  1. Olá Naná, por cá também se faz meditação e por norma de manhã:)
    Não precisa de muito tempo, mas o que é certo é que parece que o dia corre melhor!
    Beijinhos

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    1. É mesmo isso Márcia, parece que o dia corre bem melhor :)

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  2. Reconheço esse efeito nos dias em que vou ao ginásio.
    Quanto mais puxado foi o treino, melhor me sinto no dia seguinte - e estou mesmo a falar da parte psicológica, porque da física, geralmente estou de rastos
    Esse é o MEU momento.

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    1. Cabe a cada um de nós encontrar o que nos dá equilíbrio :)

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  3. Eu sempre que posso durmo uma sesta. Também vale? :-))
    E ando a pé duas ou três vezes por semana.
    O que eu gosto mesmo é de andar na praia sem ninguém à volta, mas moro longe.

    Sou mais tipo "zen", acho eu desde que me conheço, e com a idade ainda "piorou".

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    1. É mesmo assim que gosto de andar na praia, sem ninguém à volta, ter a praia só para mim...

      Eu sempre tive o enorme privilégio de residir nas proximidades de praias, até me posso dar ao luxo de escolher a qual quero ir, porque há praias logo a 5 minutos de carro ;)

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