Orçamentos e finanças: a difícil gestão

As nossas finanças e o nosso dinheiro são sempre assuntos sensíveis e há muitas formas de o gerir, de forma a ir de encontro às nossas necessidades.

Este não é um método infalível, mas é o que funciona melhor para mim e que fui aperfeiçoando ao longo dos anos.

Quando comecei a trabalhar de forma menos precária mais permanente, não me preocupava muito com gerir as minhas finanças ou fazer orçamentos e afins. Não tinha muitas contas fixas, não tinha dívidas para a vida, não tinha dependentes a cargo ou coisa assim...

Quando em 2007, eu e o meu marido precisámos de trocar de carro, foi necessário começar a fazer contas... para percebermos qual o tecto máximo de prestação mensal que poderíamos suportar para que continuasse a haver € ao final do mês para pagar todas as outras contas e a prestação da casa e ainda sobrar algum para pagar a conta do supermercado e não ficarmos à mingua.

Foi nessa altura que fiz o meu primeiro orçamento familiar, para listar as despesas fixas que tínhamos mensalmente e perceber quanto "sobrava" para pagar mais uma prestação.

O orçamento que fiz era algo rudimentar e nada de muito elaborado. Uma simples tabela em Excel (programa em que aprendi a mexer de forma auto-didacta por necessidade profissional) com algumas contas de somar e muitas mais de subtrair.

Listámos os nossos vencimentos mensais e fomos fazendo colocando na lista as contas de abastecimento de água, luz, gás e tv/internet por cabo. Não era assim nada de muito complexo.

Mas nessa altura fizemos o quadro e serviu apenas para analisar aquela questão específica: quanto dinheiro tínhamos disponível ao final do mês que nos permitia pagar a prestação do carro com alguma margem de "conforto". Nessa tabela apenas nos cingimos aos gastos fixos mensais, nem sequer nos preocupámos com as contas irregulares ou que ocorrem apenas uma ou duas vezes no ano, como os seguros automóveis ou seguros multi-riscos associados ao crédito habitação.

Mas passados uns meses, dei por mim completamente à nora com o saldo da minha conta bancária: muito mais baixo do que o expectável e habitual e sem que eu percebesse muito bem onde tinha gasto tanto dinheiro em tão pouco tempo, já que não tinha feito assim nenhuma compra estapafúrdia ou muito avultada.

Foi nessa altura que senti necessidade de documentar os meus gastos. Criei uma folha de registo em Excel (sim, eu adoro esta ferramenta!) e ia apontando tudo, até os 50 cêntimos que gastava na máquina de café do trabalho ou os 2€ que gastava ocasionalmente no euromilhões.
Foi com surpresa que percebi que aquelas pequenas quantias que ia gastando neste ou naquele café, num ou noutro lanche, os 1€ e 2€ de pequenas compras que fazia aqui e ali, que todas somadas, por vezes representavam uma factura mais elevada do que eu antecipara.


Este registo de despesas permitia-me perceber para onde ia o meu dinheiro! Permitiu-me ver padrões de consumo, muitas vezes em coisas perfeitamente supérfluas, e que eu podia perfeitamente controlar e até mesmo reverter. Permitiu-me mudar alguns hábitos como por exemplo tomar o pequeno-almoço fora de casa todos os dias. Além de melhorar a minha conta bancária, contribuiu para uma alimentação mais saudável logo pela manhã.



Com o passar dos anos fui aperfeiçoando o mapa de controlo e em 2011 quando comprei o meu primeiro smartphone, descobri que existia uma aplicação que me permitia registar as despesas e inserir os meus rendimentos e fazer uma avaliação geral das minhas finanças.

Foi nessa altura que descobri o TOSHL! É lá que registo no imediato as despesas que faço, onde anoto o valor, categoria e subcategoria e aponto onde foi feita a despesa e depois copio para o meu mapa de excel.




O telefone está sempre comigo e podemos registar as coisas offline. Só não é muito versátil na versão grátis, porque apenas permite registar 1 ou 2 valores de rendimentos/receitas. Daí o meu mapa de excel... é lá que faço o registo a 100% do dinheiro que entra e do que sai.





E foi com base nisso que voltei a pegar no meu quadro de orçamento familiar que fizera em 2007 e o refiz e melhorei! Outra aplicação que cheguei a usar durante uns meses e era bastante útil era o Pear Budget e foi de lá que retirei algumas ideias, como por exemplo estimar o gasto anual com uma dada categoria e assim perceber quanto dinheiro eu teria que poupar mensalmente para poder satisfazer aquela despesa.




Foi também nessa altura que decidi criar uma categoria destinada a poupança. Ou seja, funcionaria como uma despesa mensal em pé de igualdade com a conta da electricidade ou do telefone. Ordenei uma transferência frequente da minha conta bancária "principal" para outra conta bancária, sempre a ser feita com o mesmo valor e no mesmo dia do mês. É assim que tenho ido reforçando a conta-poupança dos meus filhos e que tenho ido conseguindo reforçar o meu PPR. Considero aquele valor como uma despesa corrente e nunca mais penso nela. É assim que tenho conseguido poupar nos últimos anos.

A última grande alteração que fiz no meu orçamento foi no mesmo ficheiro ter o registo mensal, uma folha para cada mês do ano, onde registo o total em cada categoria (despesas fixas e variáveis) e uma folha geral, onde criei fórmulas que fazem automaticamente as somas dos valores da mesma categoria dos meses todos do ano. Ou seja, quando "fecho" o ano, sei quanto gastei efectivamente em supermercado, combustíveis, telemóveis, escolas, prestação da casa, seguros, hobbies, etc.


E é com base nesses valores que planeio o meu orçamento para o ano seguinte. É com base nesse somatório que percebo se derrapei ou não nas contas e se preciso exercer alguma contenção, ou perceber se estimei mal o valor inicial.



Se cumpro sempre os valores que estimei? Não, claro que não... há sempre coisas imprevistas que nos podem fazer gastar mais dinheiro... mas ajuda compreender onde gastei o meu dinheiro e se há alguma forma de poder poupar mais numa determinada categoria.

Se quiserem saber mais ou pretenderem receber o quadro que uso para registo de despesas e orçamento, enviem e-mail.




9 comentários:

  1. Pronto!!!
    Tornou-se leitura obrigatória.
    Este tema é interessante e a Naná refere dinheiro em gastos que não damos conta... café, eurominhões... e depois pensamos: mas não comprei nada e o dinheiro foi-se?
    Obrigada pelas dicas do ficheiro e da APP.
    Estou a gostar muito dos vossos temas e nos dias que 'postam' é a 1ª coisa a fazer no trabalho; a leitura do blog.
    Parabéns!!!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Olá Naná

    Quero dar os parabéns às 3, adorei o vosso blog, e passei a ser uma visita assídua nas 2ªs, 4ªs e 6ªs e até agora estou a adorar.
    Tenho o mesmo problema que tinha quando criou este controlo excel, não sei o que faço ao dinheiro ele voa :(
    Gostaria de saber se me pode enviar o ficheiro de forma a poder adaptar para as minhas despesas.
    Adoro o trabalho das 3. Parabéns e obrigado por estarem desse lado :)
    isabel.amaro@enb.pt

    ResponderEliminar
  3. Parabéns as 3
    Muito bom e uma grande ajuda!
    Ganharam mais uma visitante assídua!
    Bjs

    ResponderEliminar
  4. Obrigada pela partilha!
    A troca de experiências e conhecimentos é sempre muito enriquecedora.
    Por aqui a luta também tem sido grande!!! :-)
    O truque é não desistir!!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Olá Naná, eu uso o mesmo sistema, mas uso uma folha de cálculo do google, alojada na drive e partilhada com o meu marido. Assim podemos facilmente aceder ao documento e actualizar ou verificar alguma coisa. Beijinhos

    ResponderEliminar
  6. Adoro este blog porque conseguem ir de encontro aos temas que eu gosto!
    Beijinhos para as três e sucesso

    ResponderEliminar
  7. Olá Naná,
    Decididamente gosto deste post :) Um assunto que gosto imento.
    Também uso uma folha em Excel para fazer controlo de contas e dá imenso jeito. Ao que me parece somos muito parecidas neste ponto :D :D :D
    Obrigada pela partilha, porque há sempre alguma coisa a relembrar :) Muito interessante :)
    Beijinhos

    ResponderEliminar