Engomar ou não engomar?

Eis a questão...

As opiniões nesta matéria dividem-se. E muito!

Há dias, à hora do café no trabalho, uma colega minha dizia com ar de enfado:

Tenho tanta roupa para passar a ferro... mas não tenho vontade nenhuma...

Em tempos, também eu dizia isto. Com o mesmo tom infeliz e aborrecido.

É de salientar que engomar roupa até nem é das tarefas domésticas que menos aprecie, pelo contrário, dava-me um certo prazer (já de limpar o pó é melhor não falarmos, ok?!)

Mas a determinada altura da minha vida, comecei a perceber que perdia em média 2 a 3h por semana a engomar roupa. No verão, este tempo aumentava, porque só o meu marido, em certos dias chega a vestir 2 t-shirts (quando não são 3...) e o meu filho mais velho por ter mais actividades ao ar livre, sujava-se mais.

Chegou a um ponto em que engomar mais parecia uma história interminável. Por mais que engomasse, havia sempre uma pilha enorme de roupa para passar a ferro.

Uma amiga virtual um dia disse-me, perante as minhas queixas e lamurias:

Porque não deixas de engomar?

Achei a proposta totalmente indecente! Achei que ela estava louca...

Umas semanas depois um colega de trabalho em conversa disse-me que lá em casa não havia tempo para passar a ferro e que por isso, ele e a esposa tinham-se deixado disso. Quando olhei para ele, o pólo que ele vestia não me parecia nada amarrotado e não diria que não tinha passado pelo ferro de engomar. E ele ainda acrescentou outro argumento que me fez pensar:  

Assim como assim, no momento que te sentas no carro para ir trabalhar fica tudo cheio de rugas, por isso para quê engomar se a roupa fica engomada não mais de 10 minutos??!!

Até que chegou o dia em que eu decidi conscientemente que não mais ia passar 2/3h do meu fim-de-semana agarrada a suar as estopinhas a engomar tudo quanto era peça de roupa (com excepção da roupa interior e peças que não podiam ser engomadas devido à sua composição).
Encostei o meu ferro de caldeira, no qual tinha investido na esperança de rentabilizar tempo, por desenrugar a roupa mais facilmente. O ganho de tempo foi muito residual para os € que investi.

Não vos consigo expressar o quanto esta decisão foi libertadora para mim!!!

Não me arrependo de ter deixado de engomar nem por um minuto!
Quando tomei a decisão só tinha um filho e notei a diferença no tempo poupado. Com dois filhos então, seria uma loucura estar a engomar tudo como fazia até então. 

Não só poupei tempo como acho que a minha roupa se tem deteriorado a um ritmo mais lento.

Basicamente invisto mais 10/15 minutos a dobrar a roupa o mais direitinha possível assim que sai da corda, vou empilhando num cesto e o peso acaba por ajudar a suavizar as marcas da lavagem.

Reduzi também as rotações da máquina no processo de centrifugação e quando é estendida é sacudida.

Só engomo mesmo aquelas peças que são obrigatórias, como materiais mais finos como os cetins ou coisas assim. Ou as camisas do meu marido (que ele usa muito raramente). Ou roupa que vista numa ocasião mais especial.
Tenho que admitir que nos dias que correm uso mais o meu ferro quando estou a costurar peças, para abrir bainhas e vincar pregas e bainhas, do que a engomar roupa de vestir e de casa.

Se sinto falta de lençóis engomados? Sim, um bocado.
Se isso chega para me fazer mudar de ideias e voltar a agarrar-me ao ferro? Não!

Quando confidenciei à minha colega que não engomava a minha roupa, ela ficou boquiaberta! Parecia que eu tinha dito uma blasfémia. Mas depois acabou por reconhecer que não se notava que eu não engomava a roupa.

Por isso, engomar não é certamente para mim!

E por aí, continuam a ser adeptas do ferro de engomar?