Slow fashion - pequenos gestos para um comportamento mais sustentável


O movimento "lento" (slow) nasceu em Itália com a comida, mas numa sociedade cada vez mais agressiva e estimuladora do consumo e consequentemente do desperdício, rapidamente se estendeu a outras áreas.

Se tiverem interesse poderão consultar muita informação na ONG Slow movement Portugal.

A "moda lenta" surge portanto neste contexto e preconiza um comportamento mais responsável para com a compra e uso de roupa e outros acessórios.

Hoje quando pegava nas minhas calças de ganga para as apertar lembrei-me de vos falar no tema.

Tenho mudado muito a forma como giro o meu roupeiro e por consequência a minha forma de comprar. Falei-vos AQUI um pouco sobre o que fiz.

Se quando era miúda comprar roupa era algo reservado a datas especiais, nos últimos 15 anos a chegada de cadeias de roupa barata massificou a moda com preço que, agora que costuro, me pergunto como são possíveis.

Mas são possíveis, por conta de exploração infantil e pagamento de salários miserais em países distantes, da utilização de materiais de baixa qualidade e processos de produção questionáveis e pouco sustentáveis.

Portanto temos acesso a moda barata mas de qualidade duvidosa com impactos sociais e ambientais muito negativos.

Não querendo transformar este post numa explanação política :), o meu objectivo é deixar-vos algumas ideias / dicas para um comportamento mais sustentável e como ao mesmo tempo poupamos dinheiro, é uma dupla vitória :)

  • comprar com qualidade em vez de quantidade
Aqui onde mais notei diferença foi nos sapatos e sapatilhas. Tenho apenas uma meia dúzia no total, talvez, mas alguns tenho-os há vários anos pois são de couro.
Na roupa, presto sempre atenção aos tecidos e acabamentos e opto por peças mais clássicas e menos trendy pois sei que durarão muito mais!
  • comprar feito em Portugal
Nem sempre é fácil, mas hoje em dia já temos uma oferta de qualidade em moda portuguesa. E não...não precisam de ser os grandes costureiros ;)
  • comprar produtos de artesãos locais
Muito, muito, muito fácil :) o crescimento de crafters foi exponencial nos últimos anos. Naturalmente que é preciso fazer a selecção da qualidade, mas encontram produtos muito interessantes.
  • ajustar, reciclar, actualizar, remendar a roupa que já temos dando-lhe uma segunda vida
Aplicar remendos quando as calças se rasgam, aplicar uma renda ou uma fita num casaco já usado, transformar uma camisa num top. As possibilidades são infindáveis e não é preciso ser uma costureira experiente para dar uma nova cara a uma peça já usada.
  • aprender a fazer roupa 
Acreditem que não é assim tão difícil quanto parece e os locais que oferecem cursos e workshops já são bastante acessíveis em todo o país.

Bom, agora tenho de voltar às calças que com uma apertadela durarão mais uns anitos :)


4 comentários:

  1. Apoiado, apoiado, apoiado!

    Aprendi quando era criança coisas que me são úteis: coser os buracos das meias, pregar botões, bordar umas coisitas, tricotar, crochet, remendar, mas quase não sei usar uma máquina de costura.
    O meu próximo passo é aprender a costurar roupa, porque já a faço em tricot, não tanto como gostava, claro ...
    Não conheço este movimento, já aprendi mais uma coisa. Obrigada! Vou investigar.
    Beijinhos.

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    1. Acho que este retorno a usos do passado (remendar, re-usar) são imperativos. Não é sustentável este consumismo de "lixo"!
      Que bom ter ajudado Maria José! Um beijinho

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  2. Aninha minha querida estou contigo e apoio-te incondicionalmente.
    Excelente post é excelente partilha.
    Beijinho enorme

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